O baby blues é um sentimento de tristeza que acontece logo depois do parto. É complexo, turbulento e assusta muitas mães, mas é normal e passageiro.
Muitas mães relatam sentimentos de culpa ou ansiedade durante a gravidez ou logo depois de ter o filho. Só precisa de tratamento se for depressão pós-parto, que é um quadro bem mais grave, mas com sintomas parecidos.
Aprenda a diferenciar essas situações, como descobrir se você está com baby blues e o que fazer para aliviar os sentimentos ruins durante a gravidez.
Índice do post
O que é o baby blues?
O baby blues é um transtorno emocional que pode acontecer pós-parto. Quando ele acontece, a mãe fica muito triste. Chora fácil, se sente frágil, se irrita com facilidade, e sente que ninguém a entende. Não acontece com todas as mães, e a intensidade é diferente para cada uma.
O nome vem de uma expressão em inglês. “Blues” significa um estado de tristeza ou melancolia, e “baby” é bebê. Uma tradução possível seria “tristeza pós-parto”.
O baby blues é causado por mudanças físicas e hormonais da gestação, e pela responsabilidade de ser mãe. É como se fosse uma reação a essas mudanças.
A gente cresce ouvindo que a maternidade é linda, especial e perfeita… E ela é maravilhosa mesmo, mas também é uma barra! 😅
Ser mãe é encarar o corpo mudando, perder o sono para cuidar da criança, ter menos tempo para sair com os amigos, aprender a lidar com vários desafios de uma só vez, entre outras transformações.
Os sentimentos negativos do baby blues são uma resposta do corpo durante a adaptação à realidade de ser mãe.

Quais são os sintomas?
Os principais sintomas do baby blues são:
- Maior sensibilidade.
- Oscilações de humor.
- Ansiedade.
- Irritabilidade.
- Crises de choro.
Essa tristeza não é tão intensa e duradoura quanto uma depressão. É possível a mãe passar por baby blues e continuar na ativa, se divertir, e fazer as atividades do dia a dia.
Como os sintomas são passageiros, eles também não provocam mudanças na autoestima. Depois que passa, a mãe volta a se sentir mentalmente bem, igual a antes do parto.
Cada mãe vive o baby blues de uma forma. Como a questão hormonal interfere, a intensidade varia de mãe para mãe. Ser mãe de primeira viagem também influencia, já que elas estão vivendo uma série de experiências únicas.
Esses sintomas são muito parecidos com a depressão pós-parto, que é um quadro mais severo e requer apoio profissional.
A diferença é que o baby blues é menos intenso e tem “prazo de duração”.
Quando inicia o baby blues? Quando termina?
O baby blues começa nos primeiros dias após o parto, geralmente entre 3 a 5 dias após o nascimento do bebê. Esse período coincide com algumas flutuações hormonais do corpo da mãe.
Costuma terminar em cerca de 10 a 15 dias (duas semanas). Não é um tempo “absoluto”, já que o corpo de cada mãe é único, mas não costuma durar muito mais do que isso. Outros fatores que podem estender o baby blues são o contexto familiar e histórico de saúde.
Se os sintomas persistirem por longos períodos, ou aparecerem muito tempo depois do parto, não é baby blues. Aí precisa investigar as causas mais de perto com apoio de um profissional.

O que fazer para aliviar o baby blues?
Essa tristeza na gravidez aparece por conta própria, e costuma sumir por conta própria também. Não precisa de tratamento profissional, marcar psicólogo, nem tomar remédios para se curar do baby blues.
O que faz diferença é o apoio da família para lidar com o pós-parto. Aliás, se você está triste, mande esse texto para a sua rede de apoio aprender como te apoiar nessa hora. 😉
A rede de apoio (companheiro, família, pais) precisa ajudar em tudo o que puder. Desde dar apoio moral e conversar sobre as experiências da maternidade, até assumir a maior parte das tarefas domésticas.
Aqui tem algumas ideias bem simples e práticas para ajudar:
- Escutar com empatia.
- Conversar e encoraje quando a mãe desabafar.
- Fazer companhia e se atentar à saúde mental dela.
- Ajudar a fazer as tarefas de casa.
- Ajudar a cuidar do bebê.
- Se a mãe tiver outros filhos, passar tempo com eles também.
- Organizar as visitas.
- Fazer as compras no mercado.
- Preparar as refeições e deixe prontas para ela.
- Ajudar a cuidar dos animais de estimação.
O mais importante é validar os sentimentos dela. Ouvir, estar presente, e não julgar. A gravidez não é perfeita e a mãe se sentir cansada, triste ou indisposta faz parte do processo.
Uma situação que acontece bastante é alguém da família estendida (tias, primos, ou outros parentes distantes) soltar frases como:
- “Não entendi porque está triste, seu filho nasceu tão saudável”.
- “Você não queria ser mãe?”
- “Um filho é um presente de Deus, deveria agradecer”.
❌ Nunca fale isso para uma mãe. Menos ainda se ela estiver passando pelo baby blues!
Esses são exemplos de frases que invalidam os sentimentos e os tratam como se fossem “frescura”. Durante a tristeza pós-parto, isso é o suficiente para iniciar crises de choro, ou fazer a mãe se sentir culpada por dias.
Outro ponto importante é alinhar as expectativas sobre a gravidez. Muita gente foca na parte boa, mas precisa saber que a tristeza faz parte, que tem momentos complexos, e que precisa de força para lidar com essa fase da vida.
Muitas mães de primeira viagem não estão 100% preparadas para a realidade da gravidez. Algumas nem imaginam o sentimento de tristeza em meio ao sonho da maternidade.
👇 O vídeo abaixo fala bastante sobre isso. É uma conversa do humorista Rafinha Bastos com a atriz Samara Felippo. Ela faz um relato da própria gravidez e conta como lidou com esse momento.
Tristeza na gravidez é normal?
É normal ficar triste na gravidez. Segundo obstetras, cerca de 80% das mães passam pelo baby blues e cerca de 60% sofrem de ansiedade depois do nascimento do filho.
Entre os sentimentos mais comuns estão ansiedade, culpa e medo.
Ou seja: não espere ficar feliz 100% do tempo. Se não sentir tristeza, ótimo! Mas, se sentir, não quer dizer que você não ama seu filho, ou que será uma mãe ruim.
E não é só no baby blues, viu? Há mães que ficam tristes antes do parto, ou meses depois. Isso acontece por várias razões:
- Não lidam bem com enjoos, peso na barriga, perda de sono.
- Não gostam da mobilidade reduzida.
- Preocupações sobre a própria saúde e a saúde do bebê.
- Preocupações com a estética do corpo após a gravidez.
- Medo de perder a própria identidade após ser mãe.
- Dificuldade em lidar com a responsabilidade.
- Falta de espaço para expressar suas preocupações acerca da maternidade.
Como você viu, o baby blues tende a não ser tão intenso, e dura pouco. Os casos mais sérios são de depressão pós-parto, que atinge cerca de 25% das mães.
Qual a diferença entre baby blues e depressão pós-parto?
A depressão pós-parto são casos casos moderados ou grave de tristeza na gravidez. Os sintomas são parecidos com o do baby blues, incluindo:
- Ansiedade e insônia.
- Tristeza e choro fácil.
- Mudanças bruscas de humor.
- Falta de prazer nas atividades do cotidiano.
- Sensação de incapacidade em cuidar do bebê.
Os sintomas são mais intensos que o baby blues e demoram mais para passar. Eles podem aparecer logo após o parto e durar anos.
Casos de depressão pós-parto precisam de tratamento profissional. Vale conversar com o obstetra. Dependendo da indicação dele, procure psicólogo e psiquiatra.
Fora o apoio médico, família e amigos precisam apoiar, assim como nos casos de baby blues. Quem está ao redor da mãe precisa ajudar do jeito que puder: em tarefas domésticas, cuidando do bebê, dando apoio moral, e validando os sentimentos dela.
O importante é não deixar a mãe sozinha nesse momento. Muitas sentem que precisam passar por isso sozinhas, o que prejudica a saúde e a relação com o bebê.
Entre os fatores de risco para a depressão pós-parto estão:
- Falta de apoio da família, parceiro e amigos.
- Gravidez não-planejada.
- Quadros anteriores de depressão ou de outros problemas psicológicos.
- Ter sofrido violência doméstica.
- Passar por muito estresse.
- Problemas financeiros ou familiares.
Espero que o post tenha te ajudado a entender melhor a tristeza na gravidez!
Sinto muito que esteja passando por isso, mas saiba que você não está sozinha. Muitas mães passam por isso, e com certeza as pessoas especiais da sua vida te ajudarão a passar por essa situação o mais rápido possível. 💝
Que tal enviar esse post para a sua rede de apoio, ou para outras mamães que estão vivendo esse drama? 😉
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