A separação nem sempre é fácil – dói para o casal e para os filhos. A rotina e a relação com os pais muda, e nem sempre as crianças e adolescentes entendem de verdade o que acontece.
O melhor jeito de criar filhos com pais separados é através da comunicação aberta e efetiva:
- Explique a situação com sinceridade para seu filho.
- Tente manter a rotina o mais próximo possível de como era antes da separação.
- Não envolva os filhos nas discussões do casal.
- Comunique à escola para eles ficarem de olho no comportamento da criança.
- Use linguagem amorosa, dê muitos beijos e abraços no seu filho para mostrar que ele não tem culpa de nada.
- Mantenha comunicação com o pai ou mãe da criança para falar sobre as necessidades dela.
É uma situação complexa, mas seguindo as dicas deste post, fica mais fácil.
Continua lendo para ver mais detalhes e entender os possíveis traumas que a separação pode gerar nos filhos.
Índice do post
20 dicas de como criar filho com pais separados
O segredo de criar o filho com pais separados está na comunicação e em manter a rotina ao máximo possível, na casa do pai e da mãe dele.
Veja dicas gerais de como fazer, estratégias específicas para pais que se dão bem, e o que fazer se você e o pai ou mãe da criança não se falam mais.
O principal é:
- Manter canais de comunicação com o parceiro: Se não quiser pessoalmente, pode ser WhatsApp, e-mail, ou qualquer coisa assim. O importante é conseguir falar sobre as necessidades da criança.
- Mantenha a rotina: Isso deixa o filho mais seguro e confiante. Combine horários consistentes para escola, lazer, sono, alimentação, etc., para ambas as casas.
- Não faça competições: Você e seu parceiro precisam COLABORAR para criar seu filho, não COMPETIR para ser o preferido dele.
- Participem igualmente: Os dois pais devem estar por dentro da rotina do filho, acontecimentos da vida do filho, datas importantes e afins.
- Seja sincero com o seu filho: Explique o que está acontecendo (de acordo com a idade dele). Deixe ele tirar dúvidas e não esconda a situação. Ajuda a entender que não é culpa dele.
- Seja flexível: Se for pelo bem-estar da criança, prepare-se para fazer ajustes na sua agenda para acomodar as necessidades do outro pai e da criança.
- Mostre otimismo: A criança precisa entender que os pais ainda a amam, e que essa separação não define o futuro dela. Mostre diariamente que ela é amada.
- Acione sua rede de apoio: Se ficar difícil dar conta de trabalho e família como pai ou mãe solo, peça ajuda de amigos ou familiares até se estabelecer. Mas, lembre-se de oferecer um ombro amigo a eles também, quando a sua vida estiver nos eixos.
- Respeite o pai ou mãe da criança: Talvez você não queira ver essa pessoa nem pintada de ouro, mas evite criar intrigas entre seu filho e ela.
- Avise a escola: Comunique os professores sobre a situação. Eles te ajudarão a observar mudanças de comportamento ou possíveis sinais de algum trauma.
Lembre-se: você não tem mais um relacionamento com o pai ou mãe da criança, mas seu filho sim, e ele ainda a ama.
Dicas para pais separados que se dão bem
Quando os pais se dão bem, a questão é mais entrar em acordo sobre rotina e tomar as decisões. As dicas acima continuam valendo, mas além delas:
- Colaborem na tomada de decisões: Converse ativamente com o pai ou mãe da criança sobre educação, saúde, atividades extracurriculares, e por aí vai.
- Participem ativamente: Compareçam a eventos escolares, atividades esportivas e eventos culturais juntos, sempre que possível.
- Respeitem a privacidade do outro: Vocês se dão bem, mas não tem mais um relacionamento. Evite excesso de intimidade ou envolvimento com a vida do pai ou mãe da criança, para não confundir seu filho.
- Conversem com a criança: Incentivem seu filho a expressar os sentimentos sobre a separação de forma honesta. Talvez ele fale algo que vocês não gostem de ouvir, mas esse espaço é importante para ele.
- Celebrem juntos: Quando seu filho tirar nota boa na escola, avise ao pai ou mãe da criança. Quando ele fizer um desenho bonito, lembre o pai de pedir para ver quando passar os dias dele com a criança. Reforce o comportamento positivo.
Dicas para pais separados que não se falam
Se a separação foi ruim, converse apenas o necessário para priorizar o bem-estar da criança. E, se sentir que o pai ou mãe não está colaborando, ou não dá pra resolver os problemas amigavelmente, procure seus direitos.
O foco é proteger a criança do conflito, sem contaminá-la com as desavenças de vocês:
- Evite brigas: Mantenha os conflitos longe dos olhos e ouvidos do seu filho. Separação já é difícil, com os pais brigando, então…
- Comunique-se por canais mediados: Se não der mesmo pra se comunicar diretamente, faça por escrito, como e-mail, ou mediado por terapeuta ou advogado, para ter algum registro das conversas.
- Siga acordos legais: Quando for para o juiz, siga as indicações dele. E, se a outra pessoa não estiver cumprindo a parte dela, obtenha registros para poder cobrar depois.
- Defina limites claros: Estabeleça limites e expectativas sobre conversas e comportamento com o pai ou mãe. Ajuda a diminuir conflitos desnecessários.
- Converse com a criança: Reforce que você ama muito seu filho, e o pai ou mãe dele também, e que o problema não é culpa dele. É ideal fazer isso sempre, mas é ainda mais importante quando os pais não se dão bem.
Se a relação for realmente tóxica, procure ajuda profissional. Pode ser com mediação familiar ou terapia.
Possíveis traumas de filhos de pais separados
Se você está lendo esse texto, já sabe que essa situação pode se tornar um problema, né?
Não acontece com todo filho de pais separados, mas os impactos emocionais são comuns. Eles dependem bastante da idade da criança, dinâmica familiar e de como foi a separação.
As principais questões são:
- Ansiedade e estresse: Devido à dificuldade de lidar com as mudanças bruscas, e se adaptar à nova rotina com duas casas.
- Sentimento de culpa: Muitas crianças pensam que fizeram algo de errado e por isso os pais estão se separando.
- Conflito de lealdade: A criança pode se sentir dividida entre os sentimentos pelo pai ou pela mãe. Ou que os pais vão achar que ela tem um pai preferido, ou até que ela precisa escolher um lado…
- Queda de desempenho escolar: Desânimo para estudar ou perda de interesse na escola (e em outras atividades também).
- Dificuldades em relacionamentos futuros: Algumas crianças podem sentir dificuldade em confiar e se comprometer, com base no relacionamento dos pais.
Em casos mais graves, de separações muito mal gerenciadas, podem acontecer casos de depressão ou ansiedade. Nesse caso, precisa de apoio profissional para diagnosticar e tratar.
Pais separados devem sair juntos com os filhos?
Essa decisão varia de acordo com cada casal, pensando sempre no que é melhor para a criança.
Depende de vários fatores, incluindo relacionamento entre os pais, motivo das saídas, idade da criança e comunicação com os filhos.
👇 Leve isso em consideração antes de decidir:
- Crianças mais velhas ou adolescentes tendem a entender melhor a dinâmica entre os pais separados.
- Se o relacionamento dos pais for tranquilo, é ok sair de vez em quando, desde que isso não gere falsas expectativas na criança ou no parceiro.
- Explique porque os pais estão saindo juntos. Diga que, mesmo eles não sendo mais um casal, ainda amam muito o filho e querem participar da vida dele, por isso saem juntos às vezes.
- Se os pais brigam muito quando estão juntos, é melhor evitar as saídas conjuntas.
- Pergunte se o filho está ok com os pais saírem juntos. Se ele desaprovar, é melhor evitar.
- Não saiam juntos sem propósito. Isso pode confundir a criança, principalmente as mais jovens. Se for para algum evento importante, como aniversário, apresentação na escola, partida de futebol ou etc, aí tudo bem.
Quais os direitos de um filho de pais separados?
O divórcio não muda os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos.
Toda criança e adolescente tem direito à educação, saúde, moradia, lazer e educação. Os pais precisam cumprir financeiramente com isso, mesmo depois da separação, ou se a criança morar só com um deles. Por isso existem leis que regulamentam a pensão alimentícia.
O filho de pais separados também tem o direito de conviver com ambos os pais, respeitando os limites estabelecidos sobre a guarda. Isso inclui visitas alternadas, e em datas especiais, como aniversários, feriados ou férias escolares.
Da mesma forma, os pais participam igualmente de decisões importantes da vida dos filhos, como viagens no Brasil e para o exterior, mudança de cidade, colégio ou faculdade.
Ou seja: apesar de ser uma mudança de rotina brusca na vida das famílias, as leis brasileiras fazem o possível para que os filhos não sejam afetados e recebam assistência durante toda a vida.
E quais são os direitos dos pais e mães divorciados?
Alguns direitos de pais e mães separados estão relacionados ao matrimônio. São os casos de separação de bens, ou divisão em participação de empresas.
Em relação aos filhos, o principal direito das mães é a pensão alimentícia, como forma de assegurar o cuidado da criança.
Também está em votação um pacote com diversos benefícios para mães que criam os filhos sozinhas
O principal direito dos pais separados em relação aos filhos é pedir guarda compartilhada, e se não conseguir, ter o direito de visitar os filhos regularmente.
Muitas pessoas pensam que a guarda total do filho é direito da mãe, mas não é bem assim. Este texto explica os detalhes das leis sobre isso.
No caso das visitas, elas devem ser combinadas com a mãe, sempre respeitando a privacidade dela, e os interesses e rotina do filho.
A separação é difícil, mas nem sempre deixa traumas. Seguindo as dicas do post, certamente seu filho ficará mais tranquilo em relação a tudo.
Te desejo muita força para lidar com esse momento, mas tenho certeza de que você e sua família serão muito felizes. 💜
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