Mulher estressada

Meu filho tem ataques de raiva: 10 formas de lidar e evitar frustração

“Meu filho tem ataques de raiva e não sei o que fazer para mudar essa situação.” Vemos muitas mensagens assim nas mídias sociais, em grupos de WhatsApp e Facebook.

Hoje vamos te ajudar a resolver a situação! Para isso você precisará desenvolver mecanismos para lidar com a raiva e punir o comportamento ruim, não o sentimento.

É complexo, parece até meio abstrato, e exige muito autocontrole. Mas é possível lidar com a situação!

Neste post você aprenderá as estratégias para lidar com os ataques de raiva, porque eles acontecem, e o que fazer para ajudar seu filho a controlar as emoções.

Dicas de como lidar com ataques de raiva

Vamos começar pelo mais importante: como lidar com o estresse das crianças e adolescentes! Listamos abaixo as 10 principais recomendações do que fazer nessa hora, com todos os detalhes para você controlar a situação o mais rápido possível.

Depois das dicas, vamos explicar os detalhes sobre a psicologia por trás dos ataques de raiva. Isso também te ajudará a lidar com eles.

1. Não grite quando seu filho estiver em um ataque de raiva

“Meu filho tem ataques de raiva e minha primeira reação é gritar com ele”. Você se identifica com isso? Se sim, você está fazendo exatamente o mesmo que a criança. 🤯

Isso só escala a situação e faz você sentir sem controle.

É difícil não se deixar levar, dá vontade de jogar tudo pro alto… Mas você precisa manter a calma!

Aceite (na medida do possível) a raiva e mantenha a calma. Isso ensinará ao seu filho que fazer birra não serve para ter tudo o que quer, e mostra na prática como se acalmar e comunicar o que sente sem machucar ninguém.

Não desafie seu filho, espere ele se acalmar naturalmente. A crise de raiva não é eterna!

2. Comunicação cura tudo

O o momento em que criança está descobrindo esses sentimentos é o melhor momento de aprender sobre eles, não acha?

Por isso, dar nomes aos sentimentos é o primeiro passo para lidar com todos eles, seja: frustração, decepção, vergonha, ou raiva. 

Ao dar um nome a essas emoções, é possível incentivar as crianças a “usar suas palavras” para entender o que está acontecendo e se sentir melhor.

Sentir raiva é normal, agressividade não. Verbalize seus sentimentos e ensine seu filho a fazer o mesmo.

3. Observe as reações, suas e dele

Observe tanto as reações físicas quanto mentais, e tanto suas quanto as do seu filho.

Prestar atenção às suas próprias reações ajudará seu filho a prestar atenção a si mesmo. Ele não precisará se preocupar com você, pois sabe que manterá a calma. Fazendo isso, você pode guiá-lo a ter o mesmo processo.

Repare que, quando você perde a calma na resposta, a situação se agrava.

4. Estimule a auto reflexão

No momento do ataque de raiva, incentive seu filho a se olhar no espelho. Provavelmente ele não gostará da imagem. A raiva não é atraente.

Essa prática funciona inclusive com adultos. Ela ajudou o tenista Roger Federer a parar com as birras durante o jogo, depois de assistir os vídeos de suas próprias reações.

5. Não ceda quando identificar um ataque de birra

As vezes as crianças descobrem que as birras são uma forma altamente eficaz de ter suas vontades atendidas.

Se o seu filho chora, grita e esperneia porque quer um chocolate diferente no supermercado, e você logo compra… Você ensina que escândalos são o caminho para ter o que quer, mesmo depois de receber um não.

Por isso, não ceda! No curto prazo é mais fácil fazer isso, porque a criança ganha o que quer e para de chorar. Mas no longo prazo, só piora os problemas de comportamento.

Em vez disso, trabalhe para mostrar ao seu filho como lidar com a frustração e ensine quais comportamentos farão com que ele obtenha o que deseja

6. Puna o comportamento, não a emoção

Se o seu filho te xingou, informe as consequências e as cumpra.

Mas se ele só entrar em seu quarto reclamando como a vida não é justa, não precisa de castigo.

A raiva é uma emoção normal. As crianças a sentem, assim como nós. E elas precisam de lugares seguros para desabafar. Normalmente, quem ouve o desabafo são os pais.

Se eles não quebrarem regras, nem forem desrespeitosos, você pode permitir esse momento e ajudar seu filho a passar por ele.

7. Ensine a respirar fundo

Respirar fundo é uma das melhores técnicas para se acalmar. Funciona bem durante ataques de raiva, crises de ansiedade, nervosismo na hora de fazer uma apresentação no colégio… 

Durante todas essas situações, a respiração fica mais curta e acelerada. É importante ajudar a criança a assumir o controle e lembrar de respirar com mais calma. Faça movimentos demorados. Mostre à criança como inspirar bem fundo (pela barriga, e não pelo peito), e depois expirar. 

Normalmente, repetir algumas vezes é o suficiente para fazê-la se acalmar.

Se possível, deixe a criança sentada em algum lugar confortável e faça ela relaxar o pescoço e os ombros enquanto respira fundo, para ser ainda mais efetivo.

É difícil fazer durante o ataque de raiva, mas você pode criar um combinado com seus filhos e adicionar um toque lúdico ao movimento.

Este vídeo é um excelente exemplo da técnica em ação: Cheira a flor (para inspirar)… Assopra como o lobo (para expirar)”.

O melhor é que essa é uma técnica que vale para a vida toda, já que adultos também podem se acalmar assim. Inclusive, se o estresse com os ataques de raiva dos filhos for grande, faça o exercício também!

8. Aprenda a dizer não

Esta é uma missão difícil, mas um bom pai ou uma boa mãe sabe dizer não quando o momento pede.

Na hora, isso vai ocasionar mais birra, já que muitas vezes as crianças (ou até os adolescentes) sentem dificuldade em ouvir não. Se a criança for muito pequena, talvez ela ainda nem compreenda esse conceito!

Uma boa estratégia é negar fazendo afirmações. Parece contraditório, mas funciona super bem. Olha só um exemplo:

“Mãe, posso sair para brincar agora?”

“Pode, depois que você fizer a lição de casa”.

Percebe como você está dizendo um não, mesmo sem usar a palavra ou sequer usando uma frase negativa

Você está afirmando que a criança não pode brincar agora, mas assim que fizer a lição, ela vai poder.

“Não gritar” e “falar mais baixo” é outro exemplo desta mesma regrinha. As duas frases querem dizer a mesma coisa, mas a afirmativa é mais simples para a criança pequena entender, e não gera confrontos.

Dar diferentes opções também é uma excelente forma de dizer não sem fazer uma negativa complexa. 

“Mãe, quero comer um X-Burguer hoje”.

“Ou que tal salada, carne de panela ou macarrão?”

Você está dizendo que ela não vai comer um X-Burguer hoje, mas está lhe dando certo grau de autonomia para decidir qual vai ser a refeição.

Não é um processo automático e será necessário fazer algumas negociações, mas quanto mais você praticar, mais simples fica encontrar o equilíbrio entre sim e não. 

9. Aplique a técnica de grounding

Existe uma técnica para parar birras chamada “grounding”. A estratégia dela é distrair a criança, para que ela pare de chorar ou gritar, através de pedidos que a ajudem a focar em outras coisas.

Você pode pedir coisas que usem os diferentes sentidos que ela possui, como:

  • Cantar/cantarolar sua música preferida.
  • Sentir uma textura diferente.
  • Contar quantos azulejos tem no teto.
  • Lamber alguma coisa salgada.

Pode levar um tempinho mas ao pedir algumas dessas coisas à criança, ela vai ficar tão distraída que vai parar com a birra.

Aqui vai um depoimento de um pai que usa essa técnica:

Toda vez que a nossa filha de 2 anos está começando a ficar atacada, nós falamos pra ela “vai fazer carinho na Pérola!”. Pérola é a nossa gata que tem um pelo bem fofo e macio. Funciona todas as vezes! Ela se acalma e passa alguns minutos fazendo carinho na gata.”

10. Entenda os gatilhos do seu filho

Preste atenção no que irrita seu filho. Ele não sabe perder? Não gosta de ir na escola? Tem alguma matéria que o irrita muito? Faz birra ao desligar a televisão?

Saber o que motiva o estresse permite pensar em estratégias mais eficientes. Nem sempre seu filho saberá te explicar em detalhes, então você precisa observar. Ou, em alguns casos, conduzir a conversa para entender a raiz do problema.

O que NÃO fazer quando seu filho fizer birra

Tão importante quanto saber o que fazer, é saber o que NÃO fazer! Ataques de raiva ou birras infantis fazem parte do crescimento da criança, desde que não seja algo muito frequente.

O problema acontece quando os pais cedem. Especialmente em lugares públicos, porque ficam com vergonha do escândalo.

Isso é uma péssima lição, que leva a comportamentos cada vez mais intensos, como se jogar no chão, gritar, chorar alto ou até bater nos pais.

E se ela não aprender a se controlar, quando chegar a adolescência, piora tudo. Não aprender a lidar com a frustração pode prejudicar amizades, relacionamentos, e até se refletir na vida acadêmica.

Outro ponto muito importante é não perder a cabeça durante um ataque de raiva dos filhos. Se sentir vontade de gritar com ele, pare e pense: “por que quero gritar?” 

Em síntese, seu objetivo deve ser compreender a raiva, para conseguir se controlar melhor. Quando entender de onde ela vem, conseguirá se comunicar com mais calma.

Isto é super importante porque raiva gera mais raiva.

Quando a mãe vê o filho fazendo birra, fica estressada. E aí ela desconta no filho. O filho, por sua vez, fica mais irritado ainda… É importante quebrar este ciclo!

Crise de raiva ou birra, qual é a diferença?

Meu filho tem ataques de raiva: grita, chora, se agita, rola no chão, joga coisas, bate os pés e tem outros comportamentos violentos. Identificou esses comportamentos?

Os ataques de raiva são bem frequentes na infância e podem ser pior em algumas idades, surgem próximo ao fim do primeiro ano e aumentam entre os 2 (a primeira adolescência) e os 4 anos. Geralmente, começam a se tornar mais raros após os 5 anos. 

Os motivos podem ser variados, nessa idade a criança ainda está aprendendo a lidar com a frustração, raiva, dor, medo e todos os tipos de sentimentos.

A criança com raiva, geralmente, está externando a dificuldade de lidar com os sentimentos ou buscando por atenção. É aí que a birra e a crise de raiva se confundem e dão um nó na cabeça dos pais.

Por isso, vou pontuar algumas diferenças para você entender a diferença entre birra e crise de raiva, independente da idade (de 1 a 16 anos).

Sinais de birra

  • A birra geralmente termina quando a criança consegue o que quer.
  • Durante uma birra, a criança/ adolescente muda de tática quando reagimos de maneira diferente à maneira como costumamos reagir. 

Sinais de ataque de raiva

  • O ataque de raiva continua mesmo depois que a criança/ adolescente consegue o que quer, porque a criança não tem controle.
  • Não é intencional ou uma estratégia para ganhar atenção dos pais.

A grande diferença para entender se seu filho tem ataque de raiva ou é birra, é o controle emocional. Na crise de raiva a criança tem uma reação exagerada e não consegue se controlar, mesmo quando consegue aquilo que desejava.

E o que você faz quando seu filho tem ataques de raiva ou birra?

Vemos muitos pais dizendo que ignorar resolve, já outros desistiram de tentar ignorar, dizendo que não funcionava, e que não sabem mais o que fazer. Será que é a melhor opção?

Meu filho tem ataques de raiva, devo ignorar?

Ignorar o comportamento do seu filho pode ajudar em caso de birra, aquele caso em que ele está usando uma estratégia para chamar atenção e conseguir o que deseja.

Ignorar comportamentos inadequados pode sim ajudar a reduzir a birra, mas não o educa, nem ensina como lidar com a frustração.

E uma criança que não sabe lidar com a frustração tem grande probabilidade de se tornar um adulto inseguro, frágil e infantilizado. E nem você, nem a sociedade quer isso, né? 😉

Por que os ataques de raiva acontecem?

O choro é a primeira forma de comunicação do bebê, junto com o sorriso. Aprender a falar, identificar emoções e lidar com elas acontece ao longo do tipo.

Para a neurociência, a birra infantil atua na parte mais primitiva do cérebro, já que o sistema cognitivo ainda não está bem desenvolvido. Ou seja: os choros e os gritos acontecem quando os desejos não são atendidos.

Meu filho adolescente tem ataques de raiva

As mudanças no corpo e no cérebro do seu filho não acabam na infância. Durante a adolescência, o córtex frontal – a parte do cérebro usada para gerenciar emoções, tomar decisões, raciocinar e controlar as inibições – é reestruturado, formando novas sinapses em um ritmo incrível.

Seu cérebro processa informações de maneira diferente do cérebro de um adulto maduro. E isso ocorre até meados dos 20 anos de idade.

É normal as crianças terem ataques de raiva?

Se seu filho tem ataques de raiva isso é normal, mas depende do nível. Com que frequência esses ataques acontecem?

Os comportamentos de acesso de raiva se tornam anormais quando ocorrerem todos os dias ou várias vezes por dia, situações como:

  • Acesso de raiva sem controle.
  • Perder a paciência ou ter um acesso de raiva com um dos pais.
  • Perder a paciência ou ter um acesso de raiva quando estiver frustrado, com raiva ou chateado, cansado, com fome ou doente.
  • Perder a paciência ou ter um acesso de raiva para conseguir algo que deseja.

Meu filho tem ataques de raiva com frequência. E agora?

Em primeiro lugar, não entre em pânico. A maioria das crianças, em algum ponto, fará a maioria das coisas que listamos anteriormente.

Caso você identifique que é birra coloque em prática essas e outras dicas que demos neste post.

Porém, percebendo que seu filho não tem controle sobre os ataques de raiva, é melhor procurar um médico para uma avaliação.

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Veja o que um pai falou sobre outra das nossas dicas para lidar com birras e ataques de raiva: 

Obrigado pela mais aleatória e efetiva dica de paternidade que eu já recebi até hoje! Minha filha ama isso, eu amo isso, no final todos saem felizes!

Temos a missão de ajudar mães e pais a lidar com as maiores dificuldades de criar um filho. Clique aqui e descubra como fazemos! Até hoje nenhum pai ou mãe se arrependeu. 😁💜