Seu filho passa muitas horas na frente do smartphone, a ponto de afetar a rotina e as relações sociais dele? Então provavelmente é caso de vício em celular.
Tem algumas pessoas que sentem até medo de ficar sem o aparelho. Isso se chama “nomofobia”, é caracterizado pela ansiedade ou temor de desligar o aparelho, e pela dificuldade em passar tempo longe da tela.
O vício é causado por uso excessivo, que cria dependência da dopamina, considerada o “hormônio do prazer”. O caminho para se livrar deste ciclo é:
- Estabelecer metas de uso saudável.
- Identificar a causa do uso excessivo.
- Propor atividades divertidas alternativas.
Não é só mandar desligar 😒. Você precisará se esforçar para substituir o celular por outras formas de diversão.
Neste post você conhecerá os principais sintomas, causas e consequências do vício em telas para crianças e adolescentes. Essas dicas te ajudarão a evitar a exposição excessiva e como reverter a situação.
Índice do post
Quais os sinais de que seu filho está viciado no celular?
O principal indicativo é o celular atrapalhar as atividades cotidianas. Ou seja, a criança ter dificuldades na escola, problemas de relacionamento, irritabilidade, apresentar distúrbios de sono, entre outros.
Além disso, o tempo de tela também dá uma pista. Quem está viciado passa muitas horas na frente do celular todos os dias.
E o principal ponto: não conseguir desligar o aparelho. É se sentir incomodado e ansioso quando não pode usar o aparelho para jogar, conversar com os amigos, ou ver uma rede social.
Existem vários níveis de dependência e também tem pessoas que usam várias horas sem viciar. Para saber se é nomofobia de fato, é necessária avaliação profissional feita por um psicólogo.
Mas com ou sem diagnóstico, se está prejudicando a vida do seu filho, é algo que precisa ser resolvido! 💪
Como se comporta uma pessoa viciada em celular?
Alguns comportamentos são característicos quando alguém está usando as telas em excesso. Vale para celular e outros tipos de eletrônicos, como videogame ou computador.
Tenha atenção a estes sinais:
- Dificuldade em se divertir fora das telas.
- Dificuldades de relacionamento com outras pessoas.
- Irritabilidade, estresse, ou tristeza quando não estão na frente das telas.
- Queda de desempenho nos estudos.
- Falta de sono, ou sono com má qualidade.
A partir de quantas horas de uso é considerado vício?
Não existe um “limite” de horas de uso para ser considerado vício.
O que você pode pensar é: quantas horas por dia é saudável usar o celular?
A resposta varia de acordo com diferentes institutos de pesquisa e instituições de pediatria. Mas, em média, recomenda-se usar no máximo de 2 a 4 horas por dia. Na prática é difícil chegar a esses números, mas a ideia é tentar se aproximar ao máximo.
Mais do que isso pode causar problemas de desenvolvimento e efeitos negativos, que podem levar ao vício em celular.
Recomenda-se adaptar o tempo de tela de acordo com a faixa etária da criança ou adolescente:
- Menos de 2 anos: não deve ter nenhum contato com eletrônicos.
- Entre 2 e 5 anos: usar 1 hora por dia.
- Entre 6 e 10 anos: no máximo 2 horas por dia.
- De 18 anos em diante: de 3 a 4 horas por dia.
Veja abaixo um guia completo sobre o tempo de tela por idade, segundo as principais organizações de saúde, atualizado para 2024.
Como descobrir se meu filho tem vício em telas?
Em geral, os sintomas do uso excessivo de eletrônicos são os mesmos para crianças e adolescentes.
Se o seu filho apresentar alguma mudança de comportamento parecida com as listadas abaixo, confira quanto tempo de tela ele consome diariamente. A partir daí, comece a investir mais a fundo os sinais de vício.
- Sensação de dependência: dificuldade em desconectar, irritabilidade ao ficar sem, ou sensação de ansiedade por não estar usando os eletrônicos.
- Dificuldades de interação: dificuldades excessivas com a interação presencial, especialmente se elas começaram depois de ele usar mais o celular.
- Distúrbios de sono: acontece pela exposição à luz azul das telas. Pode interferir em padrões de sono, incluindo passar a noite acordado, ter sono com má qualidade, ficar sem energia durante o dia, ou acordar várias vezes durante a noite.
- Fadiga na visão e postura: ficar sentado ou deitado na postura errada, e com as vistas cansadas por causa do excesso de tela.
- Perda de foco: dificuldade em se concentrar por longos períodos de tempo, mesmo em atividades mais simples, como assistir a um filme com a família. Ou então problemas de concentração, dificuldade em manter o foco ao fazer uma tarefa, especialmente estudar. Atente-se também para a sensação de que o seu filho está “isolado” do resto do ambiente.
Caso você perceba estes sintomas, precisa ter uma conversa séria com seu filho. Se achar que o vício em telas já está afetando seriamente a rotina, considere buscar ajuda profissional também.
Como curar o vício em celular?
Algumas mudanças de hábito podem ajudar na dependência. Veja abaixo as três principais ações para você começar a solucionar o problema.
Lembrando que nessa hora não adianta dar ordens de largar o celular, ou brigar com seu filho. Essa jornada é de longo prazo e precisa do envolvimento e compreensão dos pais. 🤝
Estabeleça metas
O primeiro passo é determinar horários limites de uso do telefone. Por exemplo, você pode estipular um prazo de não usar em casa depois das 21h, depois ir reduzindo o tempo.
Isso é importante porque cortar drasticamente não é uma tarefa fácil. E se for mesmo caso de vício, provavelmente será impossível.
Você também pode adaptar algumas regras, dependendo do caso. Por exemplo, liberar uma hora a mais no fim de semana, se o seu filho estiver indo bem na escola.
Vocês também podem tentar diferentes limites, até encontrarem um que funciona. Pode ser ficar um período do dia sem usar o celular, como a tarde ou noite.
Adotando as medidas aos poucos, o processo fica mais tranquilo e seu filho não faz birra.
Identifique as razões do vício em celular
Para que seu filho realmente mude os hábitos, você precisa descobrir porque essa mania de usar celular começou, para início de conversa.
Podem ser várias razões:
- Aplicativos de mensagens, como WhatsApp, incentivam a conferir o telefone o tempo todo.
- Redes sociais como o TikTok mostram sempre um vídeo diferente no feed.
- Alguns jogos têm recompensas que só ficam disponíveis se você entrar todos os dias.
Depois que você descobrir o que o seu filho faz no celular, fica mais fácil encontrar estratégias para limitar o uso.
Se for WhatsApp para conversar com os amigos, que tal organizar um dia pra sair pra jogar bola ou passear? Se ele joga muito Free Fire, que tal brincar com pistolas de água no quintal? Se fica todo dia vendo dancinha no TikTok, que tal fazer aulas de dança também?
Além disso, você pode bloquear acesso a determinado aplicativos depois de um tempo. Isso ajuda a respeitar os limites enquanto ele ainda está se acostumando.
💡 Se o seu filho usa o celular para jogar, é ideal você conhecer como funciona esse mundo. Assim você consegue conversar “de igual para igual” para ajudá-lo a reduzir o tempo de tela. Veja abaixo um guia completo para te ajudar nessa missão:
Proponha outras atividades
Mostre ao seu filho que outras atividades podem ser tão interessantes quanto o celular. Muitas vezes a falta de opções faz seu filho se apegar ao mundo virtual.
Crie uma rotina com novas atividades, como cursos, esportes, atividades de arte, ou passeios em família. Aqui tem uma lista com 100 formas diferentes de tirar seu filho da frente das telas!
Aqui, depende muito do que o seu filho mais gosta. Você precisa entender os interesses dele e oferecer atividades relacionadas.
Imagine só: você obriga seu filho a ficar sem celular, mas não dá nenhuma outra atividade pra ele fazer. Ele ficará entediado muito rápido. Ele não entenderá a importância de ficar sem o celular, porque vai associar o tempo sem a algo extremamente negativo.
Aí, no longo prazo, fica difícil tirar o vício.
Quando possível, faça essas atividades em família. Se estiver sem ideias, combine um horário todos os dias ou semanas para reunir a família e jogar alguma coisa ou dar um passeio.
Pode tirar o celular do filho como castigo?
Tirar o celular do seu filho para castigá-lo pelo vício no telefone não é legal. O indicado é desconectar aos poucos. Privar ele da tela pode criar problemas de relacionamento.
É aquela história: falar que o videogame estraga a TV não impediu a minha geração de passar várias horas jogando. 😅
Mas é importante estabelecer limites. Siga as dicas acima, estabeleça limites, regule horários, e envolva toda a família no processo.
Como ajudar uma criança com vício em celular?
Um ponto pra você refletir agora: você deu atenção suficiente aos seus filhos? Às vezes a relação ruim com o celular aparece porque ela “compensa” a falta de outros estímulos.
É aquela situação de dar o tablet na mão do filho pra ele se acalmar…
Deixar várias horas por dia na frente da televisão, porque aí ele não te atrapalha enquanto você faz suas coisas…
É deixar usar o celular pra jogar porque é mais fácil do que levar ele ou permitir brincar na rua…
Se você fez isso, não sinta culpa. Ser pai ou mãe é complicado! E, só por você estar lendo esse texto, sei que você é uma pessoa muito esforçada e que só quer o melhor para o seu filho. 🏅
Mas isso pode estar influenciando o tempo de tela. Nesse caso, vale a pena pensar em estratégias para trocar o tempo de tela por momentos de acolhimento, fazendo algo junto com a família, conversando, ou fazendo alguma atividade lá fora em conjunto.
Fora isso, também vale a pena incentivar pausas regulares. Crie demandas que façam seu filho descansar do smartphone por alguns minutos. Pode ser ir buscar algo na padaria, te ajudar com alguma coisa em casa, brincar com o cachorro, e por aí vai.
E se o seu filho tiver menos de 5 anos, evite ao máximo os dispositivos eletrônicos. Prefira as brincadeiras mais tradicionais. Se não tiver como evitar, deixe seu filho usar o mínimo possível.
Como ajudar um adolescente com vício em celular?
No caso dos adolescentes, estabeleça um diálogo aberto. Explique as suas preocupações e tente entender porque ele usa tanto o celular.
Observe o comportamento dele nos momentos com e sem o aparelho, e defina limites de uso a partir daí.
Decidam em conjunto, para não impactar a rotina. Lembre-se que nesta fase os adolescentes estão procurando o seu grupo. O celular é uma forma de se conectar com outras pessoas, e tirar isso dele pode ser prejudicial.
Aqui, o importante é encontrar um equilíbrio saudável.
Um ponto legal para adolescentes é conversar sobre as notificações. É possível desativá-las, para diminuir a sensação de urgência. Assim, não fica aparecendo o tempo inteiro que tem mensagem nova no celular, ou post novo no Instagram.
Além disso, defina horários de uso de smartphone e ofereça alternativas legais de diversão, como atividades em família ou aulas de algo que seu filho goste, como música ou esportes.
Quais ferramentas ajudam a reduzir o tempo de tela?
Além das dicas acima, você pode ativar alguns recursos dos próprios aparelhos, que ajudam a controlar o tempo de uso.
O ideal mesmo é deixar o celular longe do alcance, mas quando não for possível, use as ferramentas abaixo:
- Modo silencioso: combine com seu filho de deixar o celular no silencioso antes de fazer qualquer coisa que exige foco. Vale principalmente para momentos de estudo, refeições, quando estiver dormindo, ou fazendo alguma atividade em família.
- Modo Noturno: na hora de dormir, ensine a ativar o Modo Noturno. Dependendo do aparelho, essa função pode ser chamada de Modo Dormir ou Não Perturbe. Ela silencia o aparelho e desativa as notificações. Em alguns casos, tira as cores da tela também. Assim, não atrapalha o descanso e nem cansa os olhos.
- Apps de gerenciamento de tempo: hoje os principais smartphones têm recursos que analisam o tempo de tela gasto em cada app. Também é possível definir um limite de uso para cada aplicativo. No Android, é o “Bem-estar Digital” e no iPhone é o “Tempo de Uso”. É interessante para conferir os apps mais usados, limitar acesso a eles, e acompanhar o progresso do seu filho.
- Bloqueio de Notificações: excelente para eliminar as distrações causadas por tantas notificações. A ideia é gerenciar as permissões de cada aplicativo. No Android, o caminho é “Configurações > Notificações > Notificações de Aplicativo”. No iPhone é “Ajuste > Notificações”. Selecione quais apps devem ser bloqueados e quais serão permitidos. Mantenha o mínimo de notificações possíveis.
Espero que as dicas tenham ajudado! 😁
Tirar o vício em telas é complicado, mas com dedicação, é possível. Lembre-se que crianças e adolescentes aprendem com o exemplo, e não fique com receio de buscar ajuda especializada, se você achar que pode te ajudar.
Além disso, fique à vontade para compartilhar as suas experiências na caixa de comentários abaixo! 😊
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