Os smartphones atuais têm relatórios com registros de tempo de tela e de apps mais usados, além de aplicativos específicos para bloquear aplicativos ou conteúdos impróprios conforme a faixa etária, inclusive de forma remota.
Mas em quais situações devemos monitorar o celular dos filhos? 🤔
Você deve fazer sempre que encontrar riscos, mas com muito cuidado para não invadir a privacidade dele. E se precisar monitorar ou controlar o aparelho, seja o mais transparente possível com ele. Nada de fuçar escondido!
Veja abaixo os benefícios e perigos desse controle, em quais situações ele é necessário, e até onde deve ser feito, para evitar sérios problemas de confiança com seu filho. 💔
Quando monitorar o celular dos filhos? Em quais situações?
A internet é muito útil para aprendermos algo assistindo vídeos, jogar, interagir com os amigos e muito mais. Mas ao mesmo tempo, é um espaço que pode conter cyberbullying, conteúdos impróprios, assédio, exploração e outros crimes virtuais. 😱
Como lidar com um ambiente tão complexo? 🤔
Infelizmente não existe resposta definitiva. Depende bastante dos valores familiares, perfil de uso, e da idade dos seus filhos.
Os pais devem monitorar o celular dos seus filhos nestes cenários:
- O celular atrapalha a rotina: se estiver atrapalhando as atividades do seu filho, como estudos, sono ou interações sociais, pode ser caso de vício em celular. Nesse caso, você pode monitorar para entender o que exatamente está viciando seu filho e desenvolver métodos para reduzir o tempo de uso.
- Vício em jogos: se o seu filho joga muito, monitorar o uso é uma forma de ter informações para ajudá-lo a reduzir o uso. Você também pode descobrir com quem ele está interagindo nos jogos, se essa for uma preocupação sua.
- Vício em redes sociais: vale a pena ficar de olho para saber quais tipos de conteúdo ele está consumindo e se está conversando com pessoas estranhas, que não conhece pessoalmente.
- Passa muito tempo fora de casa: pode ser útil para acompanhar a rotina do seu filho, especialmente se a família viaja bastante, ou ele já está na fase de sair sozinho. Mais por questão de segurança, não para ficar vigiando o tempo todo.
É importante ter muita atenção para não invadir a privacidade dos seus filhos. Isso pode prejudicar muito a relação entre vocês, pois pode causar a impressão de que você é um pai ou mãe controlador.
Quando isso acontece, é muito difícil recuperar a relação, e também pode servir de incentivo para que ele comece a esconder o que faz de você.
Eu devo mesmo monitorar o celular dos meus filhos?
Não tem resposta certa para essa questão, mas a idade dos seus filhos é um dos principais fatores.
Quando criança, seu filho está mais exposto a vários tipos de situações, desde pessoas mal intencionadas até publicidade abusiva em jogos online. Já quando ele é adolescente, precisa de espaço para se comunicar e explorar novos interesses.
A principal recomendação é:
- Antes dos 7 anos: nesta idade o ideal é a criança nem ter celular próprio, pois não consegue discernir as situações de perigo. Se já tiver comprado um celular para ela, acompanhe de perto sempre que ela usar.
- Entre 7 e 12 anos: pode monitorar o uso de forma mais próxima. Nesta fase você deve ensinar seu filho sobre uso responsável e fazer o possível para que ele não use muito o celular.
- A partir de 12 anos: reduza o monitoramento aos poucos para dar mais privacidade. Reduza o controle conforme perceber um uso mais saudável por parte do seu filho.
Durante o processo você entende melhor os limites de até onde pode ir.
Por exemplo, se o seu filho dorme direitinho, tira nota boa na escola e faz atividades físicas regulares, não precisa monitorar tão de perto. Mas se ele está se expondo demais nas redes sociais ou conversando com pessoas muito mais velhas do que ele, aí precisa ficar em cima para entender o que está acontecendo.
Além disso, se for usar um aplicativo de monitoramento, converse com ele sobre os motivos.
Posso vigiar o celular do meu filho sem ele saber?
Faça isso apenas se você achar realmente fundamental para a segurança dele.
Você quer proteger seu filho de conteúdos inapropriados? Ele está sofrendo cyberbullying? Suspeita que algum predador está o seguindo nas redes sociais? Então pode fazer sentido monitorar sem ele saber, mas ainda assim você poderia conversar com ele antes.
Ou você acha que seu filho está escondendo algo? Acha que ele usa o aparelho demais e não falou com ele antes? Tem medo de vício em celular? Quer saber o que ele conversa com os amigos no WhatsApp? Então não vale a pena.
Acompanhar a vida digital do seu filho sem ele saber é a receita para uma briga feia quando ele descobrir, principalmente se for adolescente, e pode quebrar a confiança que ele tem em você.
Tem várias razões para seu filho não querer compartilhar absolutamente tudo com você:
- Seu filho pode sentir que você não confia nele (e, sinceramente, se você invade sua privacidade escondido, talvez ele tenha razão…).
- Podem ter coisas que ele não quer que você saiba, não por maldade, mas talvez por não estar pronto para compartilhar ainda.
- Tem temas que ele se sente mais à vontade para conversar com outros adolescentes ou parentes.
- Ele está na fase de ser mais independente dos pais.
Na maioria das situações existem abordagens mais saudáveis para controlar o celular.
Comece conversando. Explique os perigos e diga que está preocupada com alguma situação específica. Cheguem juntos a um consenso sobre usar um aplicativo de monitoramento.
Vocês também precisam fazer um combinado para você não ver conteúdos privados dele, como as mensagens no WhatsApp ou no Instagram. Acompanhe apenas o que realmente faz sentido você saber, como conversas com pessoas estranhas ou tempo de uso de aplicativos.
Não controle o celular para castigá-lo ou para obrigá-lo a focar nos estudos, nem vigie escondido. Isso cria desconfiança e abala as relações.
Ao invés disso, use as ferramentas como base para conversar e se envolver na rotina dele. Assim você alcançará um equilíbrio mais saudável de uso de tecnologia, com as ferramentas de controle sendo apenas um meio para dar mais segurança e ele.
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