É frustrante tentar incentivar uma criança ou adolescente e ele ignorar, né? Ser pai ou mãe de um filho preguiçoso é um desafio e tanto. Mas, tem jeito de melhorar, especialmente se você entender melhor a preguiça.
A preguiça não é um traço permanente da personalidade do seu filho. Esse comportamento pode ser estresse, falta de motivação com a escola, dificuldade em descobrir uma paixão, ou até sintomas de doenças como depressão ou ansiedade.
Além disso, o que é preguiça pra você, pode ser normal para ele. 👀
Quando você descobrir o motivo real, pode aplicar diversas estratégias para estimular seu filho. Desde apresentar atividades que despertam o interesse, até criar recompensas por fazer as tarefas.
Neste texto, você aprenderá tudo sobre a preguiça das crianças e adolescentes. Entenderá os motivos e aprenderá várias técnicas práticas do que fazer com filho preguiçoso. 💪
Índice do post
O que significa ser preguiçoso?
Preguiça é a tendência de evitar esforço físico ou mental. É aquela falta de vontade de fazer uma tarefa, ou aquelas desculpinhas para adiar ao máximo uma atividade chata. São comportamentos muito comuns em crianças, adolescentes, e também em adultos ()como você certamente sabe 🤣).
Os pais precisam diferenciar preguiça de ócio. A preguiça é a falta de vontade constante, o ócio são os períodos de tempo específicos sem fazer nada, como esse momento depois da aula.
Vamos supor que seu filho chegou da escola e ficou umas duas horas de perna pra cima no sofá, vendo TV e mexendo no celular, antes de fazer a tarefa.
Se depois disso ele faz a lição de casa normalmente, então ele só estava ocioso e relaxando. Ele seria um filho preguiçoso se tivesse comportamentos repetitivos para fugir do esforço.
O ócio ajuda a oxigenar o cérebro, recuperar energia, e preparar o corpo para uma atividade cansativa. E não, não estamos defendendo os preguiçosos! 😂
Cientistas já comprovaram os benefícios do ócio estratégico. Inclusive, eles afirmam que não é saudável estar 100% do tempo ocupado. E que ter a agenda sempre cheia de atividades diferentes não é sinônimo de felicidade.
Um dos exemplos comuns é o ócio criativo. Significa ter momentos de se afastar dos trabalhos de criação durante alguns momentos para extrair ideias.
Quando falamos de preguiça na infância, atente-se a comportamentos como estes, que se repetem:
- Se recusar a praticar atividades físicas na escola.
- Ter desinteresse em brincar ao ar livre.
- Fazer birra na hora de fazer as tarefas da escola ou ajudar os pais em algo da casa.
- Não querer se arrumar sozinha, apesar de saber como se faz.
Na adolescência, exemplos de preguiça são:
- Demorar demais para fazer as tarefas da escola, mesmo quando o assunto é fácil.
- Se recusar a participar de atividades extracurriculares na escola.
- Passar tempo demais na frente do videogame.
Mas apenas um dos exemplos acima também não caracteriza preguiça, pode ser apenas que seu filho não gosta de algo específico, evitando fazer isso.
O que causa preguiça? É preguiça ou doença?
A Psicologia ainda não tem certeza sobre o que causa a preguiça. Mas, existem algumas hipóteses sobre a procrastinação, que é aquela vontade de adiar as tarefas difíceis ou chatas. Cientistas acreditam que isso acontece por:
- Um mecanismo de defesa: algumas pessoas ficam ansiosas pensando em completar uma tarefa complexa, então preferem evitar os sentimentos negativos que aparecem diante da dificuldade.
- A idade: antes dos 20 anos, as pessoas têm maior tendência em se guiar pelas sensações agradáveis, por isso evitam o que não proporciona benefícios ou estímulos imediatos.
- Hábito: quando a procrastinação é frequente, o cérebro pode associar prazer com adiar tarefas. É difícil quebrar essa relação, então a pessoa fica preguiçosa.
- Ambiente: quando os pais, colegas de sala ou amigos são preguiçosos, é mais difícil se manter ativo e motivado.
- Energia e força de vontade: falta de energia ou problemas de sono também interferem na vontade de cumprir tarefas e obrigações.
- Personalidade: impulsividade, perfeccionismo, ou dificuldade em se planejar também explicam a preguiça como mecanismo de defesa.
- Distrações: notificações no celular, uso excessivo de computador, videogame e televisão, ou outros tipos de distração podem levar à preguiça e demora para cumprir as obrigações.
Tem outros motivos que podem tornar seu filho preguiçoso. Por exemplo:
- Cansaço, estresse ou problemas de sono.
- Dificuldade em entender o significado de certas tarefas.
- Falta de habilidade ou de confiança para fazer algo.
Tudo isso torna mais difícil superar os desafios. Muitos pais associam isso com preguiça, ou falta de interesse no futuro.
Comportamentos considerados preguiçosos também podem estar relacionados com algumas doenças:
- Transtornos de aprendizado.
- Déficit de atenção.
- Distúrbios de sono.
- Depressão.
- Ansiedade
Para saber se a falta de vontade é um sintoma de alguma doença ou tem mais a ver com preguiça mesmo, atente-se a outros possíveis sintomas ou alterações no comportamento do seu filho. Na dúvida, converse com seu pediatra ou médico de família. 😉
Por fim, a relação com os pais também pode causar uma falta de motivação que pode ser confundida com preguiça. Pais controladores, que não dão atenção suficiente aos filhos ou os maltratam incentivam a falta de interesse. Muitas vezes isso acontece sem eles perceberem!
Observe atentamente a rotina e o comportamento do seu filho para descobrir! Com base nisso, você pode escolher quais das estratégias abaixo irá utilizar para lidar com a situação.
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Meu filho é preguiçoso. O que fazer?
Existem várias ações possíveis para lidar com a preguiça ou falta de interesse do seu filho. As dicas valem para crianças e adolescentes, mas dependendo da idade você precisará fazer pequenas adaptações.
Importante: essas ações também servem para prevenir a preguiça. 😉
- Crie uma rotina diária para seu filho.
- Adicione momentos de ócio na rotina diária do seu filho para ele não se sentir desgastado.
- Aprenda sobre as habilidades e interesses do seu filho e crie tarefas relacionadas a elas. Ele sentirá mais vontade de fazer tarefas relacionadas com o que gosta.
- Desenvolva projetos relacionados com os seus interesses em comum, para fazerem juntos. Pode ser desde montar quebra-cabeças até aprender pintura.
- Crie um programa de recompensas para seu filho. Por exemplo, sempre que ele lavar a louça, ganha mais meia hora de videogame por dia.
- Mantenha a firmeza. Se você combinar que seu filho precisa lavar a louça todo dia, tire privilégios quando ele não cumprir com o combinado.
- Ofereça ajuda quando necessário, mas não faça tudo pelo seu filho. Dê as ferramentas, mas deixe ele resolver os desafios. A sensação de recompensa e dever cumprido estimula o progresso.
- Estude sobre autodisciplina e autocontrole para ensinar ao seu filho.
- Crie metas alcançáveis. Por exemplo, se ele toca algum instrumento, crie um combinado para ele aprender a tocar determinada música em dois meses.
- Dê feedback construtivo. Elogie o esforço, mesmo se parecer pouco para você, e incentive-o a ir em frente. Quando tiver que criticar, não faça de qualquer jeito – pontue o que está bom e o que precisa melhorar.
- Dê responsabilidades adequadas à idade do seu filho. Isso mostra que você confia nele, e estimula a autonomia.
- Seja consistente. Quebrar hábitos demora um tempo, então não dê moleza depois de uma ou duas semanas.
- Brinque ao ar livre. Deixe seu filho sair para a rua, se sujar, e tudo o mais. Isso estimula a criatividade e dá energia. Se possível, vá com ele de vez em quando.
- Repense o tempo de tela: diminua o tempo diário em frente a computador, celulares e tablets.
- Estimule seu filho a tomar decisões sozinho, mas esteja lá para cobrar que ele cumpra com as suas obrigações. Comemorem o sucesso juntos também!
- Pratique atividades físicas junto com seu filho. Comece com atividades leves e que duram pouco tempo, mas aumente aos poucos.
- Faça seu filho comer frutas e verduras. Se possível, evite alimentos industrializados também. Além disso, certifique-se de que seu filho está dormindo o suficiente.
- Converse com os professores para entender se o seu filho está ansioso, estressado ou parece cansado durante as aulas.
- Crie uma atmosfera positiva em casa. Não demonstre preguiça ou procrastine quando for fazer as próprias atividades, e afaste as distrações do seu filho na hora de cumprir alguma tarefa.
- Apresente grupos sociais para seu filho, como clubes de leitura, aulas extracurriculares ou afins. De preferência, relacione com os hobbies e paixões dele.
- Identifique as dificuldades do seu filho na escola e ajude nos estudos.
- Desenvolva a autoestima do seu filho.
- Apresente modelos positivos. Naruto e My Hero Academia são dois animes com ótimos exemplos de personagens que se tornam incríveis quando deixam a preguiça de lado. O ideal é você também ser um modelo de comportamento. Olha só esse exemplo: todo mundo falou que ele nunca seria um herói, mas ele não desistiu e conseguiu. 💪
Se você não sabe por onde começar, faça o seguinte:
- Crie uma lista diária ou semanal de afazeres para o seu filho.
- Quando ele cumprir, dê um privilégio. Quando não cumprir, tire um privilégio. Como jogar videogame, sair com os amigos, etc.
- Quando puder, acompanhe o que seu filho está fazendo. Não dê brecha para ele fazer meia-boca, nem deixe passar caso ele esqueça algo, mesmo se for “só uma coisinha”. E quando perceber que algo não foi feito direito, faça ele parar o que estiver fazendo para ir consertar.
A partir dessa experiência, você acrescenta as outras técnicas que também estão aqui no post.
Além de manter a disciplina, você precisará ter paciência. A preguiça é um hábito, então a transformação demora para acontecer.
Viva aquela frase: “seja pelo menos 1% melhor todos os dias” e celebre as pequenas conquistas ao lado do seu filho. Esse reforço positivo vai motivá-lo a ir ainda mais longe! 🏆💪
Uma boa forma de estimular esse raciocínio são histórias sobre esporte, se o seu filho gostar do assunto. Tem várias que falam sobre a importância da motivação e do treino.
Por exemplo:
- Os animes Haikyuu (sobre vôlei) e Slam Dunk (sobre basquete).
- Cristiano Ronaldo teve uma carreira vitoriosa porque levava os treinos a sério.
- Kobe Bryant, Michael Jordan e LeBron James, do basquete, são lendários porque se esforçaram muito, diariamente, para isso.
Essa entrevista com o Kobe é bem interessante para isso. Ele explica a importância de deixar seu filho falhar, e o quanto a vontade de vencer o fez ser um dos maiores nomes da história do basquete.
👇 Agora que você já sabe o essencial, veja técnicas para lidar com duas situações específicas e delicadas:
- Filho que não se interessa por nada.
- Filho que tem preguiça de estudar.
Meu filho não se interessa por nada. E agora?
O Kobe Bryant, que falei ali em cima, dizia que quando seu filho descobre uma paixão, você não precisa mandar ele fazê-la. Ele fará por conta própria, porque acha divertido e quer melhorar.
Seu filho já descobriu qual é a paixão dele? Ajude-o a encontrar! Esse é o primeiro passo para mudar o hábito do filho preguiçoso.
Depois dessa descoberta, você também precisa aplicar técnicas para motivá-lo a seguir se aprofundando nesses assuntos.
Imagine-se como um treinador ou treinadora. A sua missão é criar o novo Michael Jordan, ou o novo Kobe Bryant. 💪
Mas lembre-se que motivar é diferente de pressionar e obrigar.
- Respeite o ritmo do seu filho e comece devagar.
- Apresente suas próprias paixões e hobbys do seu filho.
- Deixe seu filho fazer as próprias escolhas e encarar as consequências delas.
- Pergunte sobre ou monte a rotina do seu filho para identificar o que o motiva.
- Lembre-se que o comportamento do seu filho não é culpa sua.
- Identifique o que você pode usar como recompensas ou incentivos.
- Faça seu filho conquistar privilégios a partir de suas obrigações, como mais tempo de tela.
- Converse sobre os planos do seu filho. Qual carro ele quer ter quando crescer? Qual profissão quer seguir? Onde quer passar as férias?
- Não grite com ele, em hipótese alguma.
- Dê liberdade para seu filho cometer erros. Esteja lá para ajudar a superá-los e fazer melhor na próxima oportunidade.
- Ensine seu filho que as ações dele interferem na sua felicidade, porque você se importa com ele e quer que ele seja a melhor versão possível de si. Por isso que quando ele não se esforça, você se chateia, porque você quer o melhor pra ele.
- Dê prazos realistas para seu filho cumprir as atividades. Tendo um prazo final para te mostrar resultado, ele não fica adiando para sempre as tarefas. Talvez faça tudo em cima da hora, mas é um primeiro passo para deixar a preguiça de lado.
- Defina as suas expectativas para ele. Explique que ele não precisa o melhor aluno do mundo, mas tem que se esforçar para melhorar.
- Reconheça e elogie as habilidades do seu filho.
- Converse sobre os seus próprios medos e obstáculos para ser produtivo, e como você superou.
Meu filho tem preguiça de estudar. O que fazer?
Escreveremos um guia completo sobre como ensinar seu filho a estudar pois é uma das dificuldades mais comuns de um filho com preguiça. Mas aqui vai o resumo do que fazer:
- Divida as tarefas complexas em trabalhos menores.
- Afaste as distrações na hora de estudar.
- Defina horários fixos para estudos todos os dias e sente do lado dele para ajudar.
- Nesses horários, tire os eletrônicos do quarto. Se for usar para estudar, mexa você nos aparelhos e deixe ele apenas assistindo.
- Convide seu filho para estudar, não espere que ele tome a iniciativa.
- Procure tornar o estudo mais divertido e interativo.
- Faça combinados com seu filho.
Por hoje ficamos por aqui!
Tenho certeza que as dicas vão te ajudar a mudar a visão de que você tem um filho preguiçoso. Depois que colocar em prática, escreva aqui nos comentários como as coisas melhoraram. E se pensar em outras estratégias, comente também para outros pais testarem!
É normal adolescente ser preguiçoso?
Essa pergunta é complicada… A preguiça por si só não indica um problema mais grave, como má qualidade de sono ou depressão. Mas ao mesmo tempo, não acontece com todos os adolescentes. Tem alguns que simplesmente têm muita energia, outros têm um ritmo menos acelerado.
Para saber se a situação na sua casa é normal, o segredo é observar atentamente a rotina do seu filho. Isso te ajudará a entender se é uma preguiça “normal”, falta de motivação, ou algum problema de saúde.
Por exemplo:
- Seu filho está com preguiça de fazer as tarefas chatas, ou não tem disposição mesmo para fazer as tarefas divertidas?
- Seu filho tem preguiça para certas coisas, ou parece estar sem energia?
- As notas dele pioraram na escola?
- O adolescente passou por algum trauma recentemente?
- A vida em casa é tranquila, ou os pais discutem muito?
- O adolescente está passando por conflitos com pais, colegas, amigos, namorada ou afins?
- Seu filho tem uma rotina muito cheia? Ou tem tempo de descanso entre as atividades?
Responder a essas perguntas te ajudará a entender se o filho tem “motivos” para estar preguiçoso ou se você deve intervir.
Na maioria dos casos, a preguiça não indica nada de grave. O corpo dos adolescentes passam por muitas mudanças e eles não estão acostumados para elas. Às vezes, o que os pais interpretam como preguiça é simplesmente um tempo que o corpo precisa para recuperar as energias.
Durante a adolescência, o hormônio de crescimento é liberado durante o sono. Por isso, os adolescentes precisam descansar bastante e ter um sono de qualidade. É por causa disso que se recomenda não usar celular antes de dormir: tudo o que atrapalha o sono, atrapalha o desenvolvimento.
Muitos pais pressionam os adolescentes a dormirem menos, não tirar tempo para si, ou estar sempre fazendo alguma atividade extracurricular. A intenção é boa, todo pai só quer o melhor para o seu filho, mas às vezes não é preguiça. E às vezes essa pressão é que tira a vontade de fazer algo.
Outra situação corriqueira é que adultos fazem certas coisas sob pressão social, adolescentes não. Já parou pra pensar nisso?
Por exemplo, muitas gentes arrumam a casa porque a visita está chegando. Ou dão um passo além na hora de cozinhar para receber os parentes. Nem sempre isso é feito por vontade própria, às vezes é para passar uma boa impressão.
Muitos adolescentes não pensam assim. Eles veem o quarto bagunçado e pensam: “pra mim está arrumado, a bagunça não atrapalha, eu consigo encontrar tudo o que eu preciso”. E muitos pais interpretam isso como uma preguiça fora do normal, mas é coisa da adolescência mesmo.
Ou seja, o segredo para lidar bem com a preguiça dos adolescentes é aprender a estabelecer os limites entre quando intervir e quando deixá-lo descansar. Comunicação é fundamental nesse processo – converse com seu filho, exponha suas preocupações, ouça o lado deles e pensem juntos em uma alternativa que funcione para ambos.
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